Você é (ou se considera) um inventor ou conhece inventores? Faça um favor a si mesmo (e repasse este post para seus amigos): sempre que você criar algo
novo, não perca tempo e registre a patente da sua criação o mais rápido
possível. Afinal, nunca se sabe se aquela ferramenta boba que você criou,
aquela nova utilidade para um chinelo de borracha que você descobriu ou aquela
ideia “idiota” que você teve depois de uma ressaca épica no carnaval de
Salvador pode se tornar na maior invenção do século e render grana suficiente
para vinte gerações da sua família.
Se você ainda acredita que não vale a pena registrar suas
ideias e invenções, seja pelo motivo que for, preste atenção nesta lista.
Afinal, de pessoas mal intencionadas o mundo está cheio, e é difícil saber se o
seu sócio – é... aquele seu “amigão do peito” – não quer apenas se aproveitar
da sua ideia mirabolante e encher o bolso dele com as suas verdinhas.
Para provar o meu ponto, conheça abaixo alguns inventores
que não receberam nada – nem um mísero tostão (talvez nem um muito obrigado) –
por suas criações extraordinárias.
10. John Walker – inventor dos fósforos
Se você é fumante e usa fósforos para acender o seu
canudinho de câncer, agradeça a John Walker pelo milagre do fogo. Inventor
inglês, Walker criou os fósforos em sua cidade natal, Stockton, no ano de 1827.
Originalmente, John Walker batizou e comercializou sua invenção sob o nome de
“luzes de fricção”, do inglês “friction lights”, embora o povo da região tenha
preferido chamar os palitinhos de “lucifers”.
Por não estar satisfeito com sua invenção – sempre tinha
algo para melhorar –, Walker preferiu não patentear sua ideia. Péssima escolha,
como hoje você pode perceber. Cansado de vender “luzes de fricção”, Walker
passou o negócio adiante para Sir Isaac Holden, espertalhão que viu o potencial
da invenção e começou a exportar caixas de fósforos para todo o mundo.
Além de ter perdido a bufunfa, John Walker também perdeu
as glórias: até hoje, a invenção dos fósforos é creditada a Isaac Holden.
9. Benjamin Bradley – inventor do motor a vapor para navios de guerra
Benjamin Bradley, nosso próximo inventor, tem uma
história ainda mais fascinante. Nascido no período escravocrata
norte-americano, durante o século 19, nosso intrépido criador foi educado pelos
filhos do dono da fazenda onde vivia. Desde cedo, Bradley mostrou ter muita
facilidade com números e abstrações. Em 1830, foi reconhecido como um
engenheiro e chegou a criar um pequeno motor a vapor – o que é extremamente
impressionante para um jovem que foi criado como escravo.
Mais tarde, Benjamin começou a trabalhar para a Academia
Naval dos EUA em Annapolis, Maryland, onde realizou diversos experimentos.
Apesar de ganhar um bom salário, Bradley tinha que repassar quase todo o
dinheiro para seu “proprietário”, o que o deixava com apenas $5 dólares no
bolso.
Obstinado, Bradley guardou todo o dinheiro que recebia
para construir um motor a vapor grande o suficiente para alimentar um navio de
guerra. Infelizmente, por ser escravo, Benjamin Bradley não pôde patentear sua
invenção, que foi utilizada no primeiro navio de guerra movido a vapor
construído nos EUA.
Alguns anos depois, Bradley juntou um pouco mais de
dinheiro e comprou sua liberdade. Contudo, ele nunca foi capaz de lucrar um só
centavo de dólar com sua gigantesca invenção.
8. Ron Klein – inventor da faixa magnética de cartão de crédito
Pior do que inventar alguma coisa brilhante e não receber
um real sequer é inventar alguma coisa brilhante que envolve dinheiro e mesmo
assim não ganhar “um puto pila sequer”. Essa foi a vida e a sina de Ron Klein,
o inventor da faixa magnética que ainda hoje se vê atrás de muitos cartões de
crédito.
Antes da invenção de Klein, a simples tarefa de pagar
algo para alguém utilizando crédito era uma verdadeira dor de cabeça. Afinal,
os vendedores tinham que consultar uma lista gigantesca de números e contas de
crédito para efetuar a venda. Perspicaz, Ron viu nesse problema uma
oportunidade e criou um método de codificação de fita magnética com informações
simples, como um número de conta, que poderia ser aplicada atrás de cartões de
crédito.
Infelizmente, Ron Klein não foi perspicaz na hora de
ganhar dinheiro com essa invenção. Por outro lado, Klein era tão inteligente
que conseguiu – ufa! – fazer dinheiro com outras invenções.
7. Benjamin T. Montgomery – inventor das hélices operadas a vapor
Assim como seu xará Benjamin Bradley, Benjamin Montgomery
também foi escravo nos EUA e também está inscrito na história dos motores a
vapor e suas infinita possibilidades.
Para facilitar a navegação pelo lendário rio Mississippi,
Montgomery inventou as hélices operadas a vapor que, posicionadas em
determinado ângulo, permitiam que barcos navegassem com facilidade por rios de
água rasa.
Por ser escravo, assim como ocorreu com seu xará,
Montgomery não pôde registrar sua invenção. Entretanto, com o dinheiro que
conseguiu juntar da venda de sua ideia, Benjamin foi capaz de comprar sua
liberdade.
6. Mikhail Kalashnikov – inventor do rifle automático AK-47
Se você é fã de videogames – ou de história militar –
certamente já ouviu falar dos poderosos rifles AK-47. Contudo, quase certamente
não tenha ouvido falar da triste história (ao menos financeiramente falando) de
seu inventor: Mikhail Kalashnikov.
Kalashnikov criou o AK-47 enquanto trabalhava como um
pequeno designer de armas para a União Soviética em 1947. A arma passou a armar
fileiras de soldados, combatentes da liberdade, terroristas, insurgentes e
traficantes de drogas em todo o mundo. Há uma estimativa de 100.000.000 AK-47
em uso atualmente – você leu certo... 100 milhões de rifles! Mas... como a
invenção de Kalashnikov se deu durante a vigência do comunismo, ele acabou não
recebendo um tostão furado sequer.
Poucos meses antes de sua morte em 2013, Kalashnikov
escreveu uma carta penitente onde pediu perdão à Igreja Ortodoxa Russa pelos
males que sua criação mortífera ocasionou no mundo: "a dor em minha alma é
insuportável. Eu continuo me perguntando a mesma pergunta insolúvel: se o meu
rifle de assalto levou a vida das pessoas, isso significa que eu, Mikhail
Kalashnikov. . . sou responsável pelas mortes dessas pessoas”. Duplamente
triste.
5. George Crum – inventor da batata chip
Isso mesmo: até uma invenção tão simples como a batata
chip tem uma mente criativa por trás. Pessoalmente, eu sou obrigado a dizer que
George Crum, o responsável por essa delícia crocante, é um verdadeiro gênio e
um dos maiores visionários da humanidade. Salve Crum, salve Ruffles.
Mas, como estamos falando de inventores que não tiveram
retorno financeiro de suas invenções, preciso continuar a contar a história de
Crum.
Enquanto trabalhava como chef, em 1853, George Crum
serviu um prato de batatas fritas a um cliente que se queixou de que as batatas
fritas eram muito grossas e macias. “Eu quero batastas fritas fininhas e
crocantes, seu porco desgraçado!”. Decidido a agradar o cliente, ou melhor, a
esfregar as batatas fritas “fininhas e crocantes” na cara dele, Crum resolveu
cortar as batatas em fatias tão finas que mais pareciam rodelas de plástico do
que batatas. Não preciso dizer o sucesso que foi a desforra de Crum. Nem dizer
como as batatas chip ficaram gostosas.
Infelizmente, sou obrigado a dizer que Crum não ganhou
dinheiro com sua criação. Sabe por quê? Isso mesmo... ele não patenteou a
receita.
4. Sir Christopher Cockerell – inventor do Hovercraft
O hovercraft, aquele veículo anfíbio que tem uam espécie
de colchão de ar na parte de baixo, pode não ser muito fácil de manobrar nem ser
tão sexy quanto uma Lamborghini, mas que deve ser extremamente divertido de
dirigir... ah, deve!
Todavia, seu inventor, Sir Christopher Cockrell, jamais
chegou a receber o dinheiro que merecia ter recebido por sua criação. Isso
porque ele vendeu a ideia do Hovercraft para os militares ingleses e esses,
inteligentemente, classificaram o projeto de Cockrell como “secreto”. Anos mais
tarde, em 1959, o governo britânico lançou o primeiro Hovercraft. Cockrell,
como era de se esperar, ficou a ver navios... aliás, hovercrafts.
3. Douglas Engelbart – inventor do mouse
Talvez você esteja usando um mouse neste exato momento.
Se estiver, dê vivas a Douglas Engelbart, seu inventor.
Infelizmente, Douglas não deve sentir o mesmo e,
certamente, não está dando vivas toda vez que pega um mouse. O invento de 1964
nunca foi patenteado por ele, mas pela empresa na qual trabalhava. Mais tarde,
o mouse foi licenciado para a Apple. Engelbart nunca recebeu nada.
2. Harvey Ball – criador do smiley
Aquela bolinha amarela e risonha que você manda pelo
WhatsApp a todo momento tem um pai. Estou falando de Harvey Ball, o grande criador
do smiley.
Pra não ser injusto com a história, Harvey chegou a
ganhar dinheiro com a sua criação. Infelizmente, foram apenas 45 dólares, pagos
a ele pelo desenho da icônica bolinha sorridente. Ah, o smiley foi criado para
“levantar a moral” dos empregados de uma companhia de seguros norte-americana
no ano de 1963. De lá para cá, a bolinha apareceu em tudo que é lugar: de
chaveiros a canecas, sem falar de softwares, sites, tênis, celulares, roupas,
utensílios e do seu famigerado aplicativo de comunicação WhatsApp.
1. Alexey Pajutnov – criador do Tetris
Quem, como eu, nasceu nos anos 1980, certamente já
desperdiçou algumas horas de sua vida jogando Tetris em um daqueles videogames
portáteis comprados de camelôs. Afinal, Tetris é um dos games mais populares de
todos os tempos e já vendeu mais de 70 milhões de cópias, rendendo vários
bilhões de dólares desde sua criação em 1984.
Infelizmente, Alexey vivia na antiga União Soviética
quando criou o game e, por isso, não teve retorno financeiro algum - tudo ficou com os camaradas.
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