Alguns conceitos e teorias da psicologia são fundamentais para entender o mundo
O mundo é muito complexo, mas a psicologia pode nos ajudar a entendê-lo melhor. Por isso, separamos 10 teorias da psicologia que você precisa conhecer para conhecer melhor o mundo em que vive.
10. A teoria da psicologia positiva
A Psicologia Positiva foi criada por Martin Seligman, professor da Universidade da Pensilvânia, EUA. Durante um discurso como presidente na convenção anual da Associação Americana de Psicologia, em 1998, Seligman lamentou o fato de que a psicologia só se concentra no lado negativo da mente humana, bem como em doenças e outros sofrimentos. Para mudar isso, o psicólogo norte-americano convocou a comunidade de psicólogos a se concentrar mais no positivo – ou seja, nos pontos fortes da mente e do comportamento humanos.
Graças a Seligman, atualmente a Psicologia Positiva é considerada uma subdisciplina da Psicologia. Resultados preliminares de pesquisas na área sugerem que o caráter das pessoas pode ser fortalecido por experiências adversas, como sobreviver a um desastre ou a uma doença.
No mercado de trabalho, a psicologia positiva mostrou que a produtividade cresce quando os gerentes ressaltam os pontos positivos de seus empregados. Da mesma forma, a produtividade decresce quando os chefes só apontam as características fracas de seus subordinados. Ou seja, segundo a Psicologia Positiva, faz bem pensar e falar positivamente.
9. A ordem de nascimento influencia a inteligência?
Para Alfred Adler, em pesquisa realizada nos anos 1930, parece que a ordem de nascimento possui, sim, algum tipo de influência. Adler argumentava que o filho mais velho é socialmente dominante e intelectual, mas, depois do nascimento de algum irmão, o mais velho tende a buscar a aprovação alheia porque deixa de ser o centro das atenções. Da mesma forma, Adler considerava que o irmão do meio é competitivo e diplomático, e que o irmão mais novo tende a ser egoísta e exigente, pois está acostumado a ser o centro das atenções e a ter todas as suas necessidades atendidas pelos pais (o famoso filho mimado).
Por outro lado, Adler também afirmava que, embora a ordem de nascimento possa dar sua contribuição, são as condições ambientais – como as condições socioeconômicas – que em última instância moldam a personalidade.
Deve-se considerar, ainda, o seguinte: quando o primeiro filho vem ao mundo, os pais são inexperientes e não sabe como educar e lidar com a criança. Quando o segundo nasce, os pais já “sabem” o que deve ser feito e como a educação deve ser pautada e praticada. Ou seja, o primeiro filho é uma espécie de “experimento”.
Embora seja uma teoria muito popular, a ideia de que a ordem do nascimento dos filhos influencie seus comportamentos e personalidade é considerada muito controversa. Da mesma forma, não existem muitos dados científicos para corroborar a ideia de Adler.
8. Neuroplasticidade: será que podemos moldar nossos cérebros?
Para os teóricos da neuroplasticidade, se a mente é a atividade do cérebro, então toda mudança na mente deve, logicamente, implicar mudanças no cérebro. E, ao que tudo indica, esses teóricos e cientistas estão corretos. Pesquisas vêm mostrando que as partes visuais reduntantes do cérebro de cegos são frequentemente recrutadas pelos outros sentidos, ou seja, o cérebro se altera para tirar maior proveito do que não está sendo usado.
O conceito de neuroplasticidade está vinculado à ideia de que podemos mudar a forma como pensamos – e também nossas capacidades – durante a vida toda. Em resumo: o que você faz e pensa pode alterar a estrutura do seu cérebro.
7. A tomada de decisões é puramente racional?
No fim dos anos 1970, Damásio notou que algumas pessoas que tiveram certas partes do cérebro lesionadas passaram a ter muita dificuldade para tomar decisões, embora a função cerebral não apresentasse nenhuma alteração significativa. Um de seus pacientes, por exemplo, passou mais de meia hora deliberando sobre o melhor horário para a próxima consulta, até que Damásio finalmente lhe disse quando retornar.
Posteriormente, Damásio notou que as áreas lesionadas nesses casos eram responsáveis por conectar as emoções ao conhecimento e à lógica. Assim, criou a Hipótese do Marcador Somático, que diz que o córtex pré-frontal armazena conhecimento sobre emoções, e que isso nos ajuda a tomar boas decisões (que não são apenas lógicas, mas também emocionais).
6. O viés da confirmação
Portanto, antes de votar nas próximas eleições, tente levar em conta tanto as razões contrárias como as favoráveis à sua preferência atual. Não é porque acreditamos em algo ou alguém que temos razão.
5. Não é problema meu: o efeito espectador
Em uma pesquisa, Darley e Latané enganavam os participantes, fazendo-os pensar que outro participante estava tendo algum tipo de ataque. Os participantes que pensavam estar sozinhos na sala com a “vítima” se mostraram muito mais propensos a buscar ajuda e foram mais ágeis do que os participantes acompanhados de mais três ou quatro pessoas. Para os psicólogos, o fenômeno é que a presença do outro reduz nosso senso de responsabilidade sobre uma situação.
Portanto, não se omita. Se todos nós supusermos que outra pessoa vai fazer algo para ajudar, uma tragédia pode acontecer.
4. O pensamento de grupo
Em estudo de 1961, James Stoner mostrou que grupos tomam decisões mais polarizadas que indivíduos, ou seja, os grupos costumam ser mais radicais. No começo dos anos 1970, o psicólogo Irving Janis, da Universidade de Yale, argumentou que certas condições podem levar a uma forma extrema de polarização de grupo chamada “pensamento de grupo”, na qual predomina uma perigosa ilusão de consenso.
A pesquisa de Janis confirma o que a história vem nos mostrando ao longo de gerações: grupos são capazes de tomar decisões terríveis, especialmente quando estão isolados das opiniões divergentes.
3. Somos sádicos? A teoria da prisão de Zimbardo
Alguns presos estavam muito perturbados e por volta de um terço dos “carcereiros” se comportavam de maneira sádica – mesmo que, antes do experimento, todos os selecionados tenham sido considerados pessoas normais e de boa índole.
Zimbardo concluiu que as pessoas, quando colocadas em certos papéis ou situações, podem destituir as pessoas de sua individualidade, deixando-as propensas a atos de sadismo ou submissão. Ou seja: são as cestas podres, e não as maças podres, a causa de muitos abusos. Com o poder pode vir a maldade.
2. A experiência de Milgram: somos todos obedientes
No experimento de Milgram, voluntários tomavam parte no que pensavam ser um estudo sobre memorização e aprendizagem, dando choques elétricos em um parceiro sempre que ele errava as respostas de um questionário. Na verdade, não havia choques e o parceiro era um ator que fingia dor e reclamava aos berros dos choques que “cresciam” em intensidade. Mesmo incomodados, os voluntários continuavam “dando choques” cada vez mais fortes, mesmo depois que o ator parava de urrar, criando a ilusão de que teria desmaiado ou até morrido.
Segundo os resultados, 65% das pessoas liberavam o que acreditavam ser choques fatais, só porque um cientista de jaleco branco no canto da sala pedia.
Em resumo: o experimento inquiria como os participantes observados tendem a obedecer às autoridades, mesmo que estas contradigam o bom-senso individual. Portanto, todos nós somos capazes de fazer coisas terríveis aos outros se a ordem para tanto vem de alguém em uma posição de poder.
1. O efeito lago Wobegon
Em meio a uma multiplicidade de capacidades e qualidades, a maioria de nós acredita ser melhor do que a maioria das outras pessoas. Ou seja: você (e todas as outras pessoas) se acha melhor do que a média – seja na aparência, popularidade ou habilidade na direção.
Curiosidade: o oposto do efeito do lago Wobegon é conhecido como efeito “pior do que a média”.
Fonte: Psicologia: 50 conceitos e teorias fundamentais explicados de forma clara e rápida. Editora Publifolha.
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